Por João Carlos M. Madail
Economista, Professor, Pesquisador e Diretor da ACP
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A industrialização é o processo de desenvolvimento do setor industrial de um determinado espaço, seja municipal, regional ou nacional. Esse processo pode ser compreendido, também, como um fenômeno socioespacial que provoca transformações no modo de vida da população e na maneira como a sociedade se organiza no entorno do complexo. A instalação de indústrias numa determinada área contribui para o maior dinamismo às economias já instaladas nesse local, colaborando para a expansão das áreas urbanas impactando positivamente os negócios que ali se concentram. Industrializar significa transformar matérias-primas em produtos que se consome no dia a dia, ou diversos outros produtos como; calçados, roupas, carros, entre outros. A atividade industrial é considerada essencial para a economia de qualquer região afinal, além de gerar empregos, promove transações que impactam diretamente no PIB.

A indústria surgiu como atividade econômica na Primeira Revolução industrial, entre os séculos 18 e 19 na Inglaterra. Um dos seus diferenciais são os fatos de utilizar a força humana, máquinas e energia para operar. Atualmente, a indústria representa 23,9% do PIB do Brasil, além de responder por 69,3% das exportações de bens e serviços e por 66,4% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento. Além do mais, a indústria contribui na geração de emprego para 10,3 milhões de pessoas sendo responsável por 34,4% dos tributos federais. Como valorização do segmento industrial, a cada R$ 1,00 produzido neste setor são gerados R$ 2,40 na economia como um todo. Nos demais setores, o valor não ultrapassa R$ 1,66. Pelotas viveu o seu melhor momento econômico em relação aos demais municípios gaúchos no século 19, quando se destacou no processo de fabricação da carne e nos impactos positivos que esse setor proporcionou às demais atividades econômicas do Município.

O Brasil passou por um processo tardio de industrialização, tendo iniciado no século 19 e se expandido a partir da década de 1930 mediante políticas de Estado e recursos financeiros públicos e privados. Assim como o comércio, o turismo, o agronegócio, a construção civil, a tecnologia, serviços de saúde e serviços financeiros, são importantes segmentos para o desenvolvimento de uma região, a indústria afora as vantagens relatadas é responsável pela geração de dinheiro novo advindo do mercado interno nacional ou de exportações que fazem a economia crescer como um todo, incentivando o consumo interno e desenvolvimento tecnológico, o que mantém e até atrai mão-de-obra qualificada para atender as suas necessidades de expansão.

Assim como qualquer outro tipo de empresa ou organização, as indústrias, por mais automatizadas que sejam, necessitam de todo o tipo de mão de obra, principalmente técnica-qualificada, o que pode ser atendido pelas instituições de ensino técnico e profissionalizante existentes nas regiões. Outro fator importante para a atração de indústrias para uma determinada região são os incentivos fiscais, sejam eles; estaduais, municipais ou mesmo federais. Esses incentivos decorrem do fato de que a indústria que se desenvolve em um local tende a empregar pessoas que residem nessa região. Ao mesmo tempo, aumenta a movimentação da economia não apenas ao colocar seus produtos em circulação, mas ao empregar os moradores e gerar renda. Antes de tudo cabe a indústria que irá se instalar num determinado local analisar aspectos em relação à localidade, se esta comporta seu produto e se o cenário que está inserida é promissor no aspecto político ou jurídico.